23 de fev. de 2015

Resenha: Baile de gelo em Nova York



Baile de Gelo em Nova York
por Francis Colin
editora Rocco


Todo ato tem uma consequência, a curto ou a longo prazo. Baile de Gelo em Nova York é uma narrativa inquieta, cheia de suspense e nos obriga a pensar e buscar por respostas. O livro deixa raízes históricas que só serão descobertas no final do livro. Então, do começo ao fim o leitor pode esperar por muito suspense e uma sensação de estar perdido no meio de uma história que parece não “ter pé nem cabeça”.
 Anna Claramond, uma garota de 17 anos é atropelada por uma limusine enquanto atravessa a rua. Wynter, o jovem que a atropelou e herdeiro do império Seth Smith, presta socorro, mas o acidente não foi grave, ao que parece. Ele oferece uma carona, mas com a recusa apenas deixa seu cartão e segue seu caminho.
Anna esta aparentemente normal, exceto pelo fato de não se lembrar de quase nada em sua vida.

Ela sabe seu nome, mas não recorda o que estava fazendo, de onde vinha etc. Aos poucos Anna vai desmembrando essas memórias. Até lá acompanhamos sua trajetória: a vida na mansão sem os pais, parece que eles simplesmente desapareceram sem deixar bilhete. E tudo que ela sabe é que seu pai é um famoso arquiteto responsável pela construção de muito dos edifícios de Nova York.
Certo dia, Anna recebe um convite para o “Baile de Gelo” realizado pela família Seth Smith em seu edifício. Ela aceita e logo começa uma relação amorosa e um tanto confusa com o Wynter, que se diz perdidamente apaixonado por ela e Anna não consegue resistir as investidas do rapaz.
Além disso, o Máscara está a solta na cidade, sequestrando pessoas e deixando mensagens enigmáticas pela cidade. Ninguém desconfia quem seja nem como captura-lo. Anna também lida com as questões de seu passado que voltam em vozes internas para confundi-la e por muitas vezes persuadi-la.
Pela sinopse pensei que o livro tratava de uma distopia, mas o que encontrei foi algo totalmente diferente. A capa do livro é linda e a narração dos cenários é detalhista e muito rica.
A história nos remete a um conto de fadas moderno com um baile cheio de glamour e requinte, porém todo esse romantismo de Cinderela é pincelado no livro de forma sublime e superficial. O branco tece se não todos mas a grande maioria dos cenários da narrativa e não somente o branco como cor, mas o gelo. Sentimos a frieza da cidade, dos personagens. Captamos o branco como belo e também como mórbido.
Francis Colin faz uma crítica a Nova York e seu modelo frio, com seus arranha-céus e pessoas que parecem presas a essa modernidade. A crítica é bem forte e o desfecho no final do livro é de surpreender. No entanto a narrativa não prendeu minha atenção e me incomodou bastante a forma como foi construída a protagonista. Anna é uma personagem sem muitas emoções, parece sempre fazer o que mandam e senti falta de conhecer suas emoções, mesmo que a crítica seja construir personagens frágeis, frios e presos à modernidade e superficialidade de Nova York, gostaria que fossem mais explorados os sentimentos e as emoções da protagonista.

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